terça-feira, 29 de novembro de 2016

Rua São Lourenço - 159,5 Ciclos/Hora

Por Sérgio Franco



Sem estrutura cicloviária segura mas com um número impressionante de ciclistas e um crescimento de 23,64% em relação ao mês de agosto de 2015, a Rua São Lourenço é uma maravilhosa surpresa!

E ainda tivemos o aumento no número de mulheres usando a bicicleta, em agosto de 2015 elas eram 7% dos ciclistas que passavam pela São Lourenço, agora chegaram aos 10%!

O número impressiona e fica na frente da maior contagem já realizada na Av. Amaral Peixoto, que foi de 127,5 ciclos (matéria AQUI) e muito próxima da contagem realizada pela mestranda da UFRJ, Roberta Pedrosa, de 166,25 ciclos/hora na Av. Roberto Silveira, em agosto deste ano. Vias que possuem ciclovias!

Ciclistas aguardando o sinal
Rua São Lourenço x Av. Marquês de Paraná

A Rua São Lourenço foi recapeada no início do mês pela EMUSA, o recapeamento foi bem vindo contudo a ciclofaixa, que já era precária, deixou de existir, o que trouxe maiores transtornos e riscos para os usuários da via, mas que mesmo assim não desistiram da praticidade da bicicleta.

Esta seria a oportunidade para implementar o projeto do plano cicloviário elaborado pela TC URBES que abrange toda a cidade e contempla a Rua São Lourenço (matéria AQUI), contudo temos resistência dentro da própria prefeitura para a implementação deste projeto por parte de um dos órgãos mais importantes, ou seja, NitTrans (Na verdade uma empresa mista).

TC Urbes (Clique Aqui)
A mentalidade encontrada na NitTrans é a priorização dos veículos motores para garantir a fluidez no trânsito para estes. Ok, concordamos com a fluidez no trânsito, afinal, ainda sofremos com um precário transporte público e um péssimo planejamento urbanístico que incentiva o crescimento horizontal da cidade distanciando a população de seu local de trabalho, mas, melhorar a fluidez no trânsito é também diminuir a necessidade do uso do automóvel e entra na nesta conta o incentivo ao uso da bicicleta, principalmente em uma cidade como Niterói, com curtas distâncias e relevo favorável.

Equação simples, mais bicicletas, menos carros, melhor a "fluidez" no trânsito para todos, principalmente para aqueles que terão que continuar a usar seus carros.

Contudo, o que vimos, ainda pela manhã da contagem, foi a marcação para uma posterior pintura da ciclofaixa, mas nos mesmos moldes da anterior.

Medição e marcação da ciclofaixa

Se a antiga marcação realmente for se manter os ciclistas continuarão a correrem riscos, como já alertamos na matéria de agosto de 2015 (AQUI), principalmente no que diz respeito à chegada na Av. Marquês de Paraná, onde os veículos entram com velocidades altas, e praticamente passam por cima da ciclofaixa e a existência de um poste na esquina só esconde mais os ciclistas e a existência da própria ciclofaixa.




Vamos lembrar que o atual prefeito assinou a carta compromisso pela mobilidade ativa durante a campanha Bicicleta nas Eleições, que em Niterói foi levada à frente pelo Pedal Sonoro com ajuda do Mobilidade Niterói e que pode ser vista AQUI

Carta Compromisso Assinada
Destacamos alguns trechos da carta:
"...1) Cumprir as determinações do PNMU (Lei 12.587/2012), Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997) e Estatuto da Bicicleta (Lei Municipal 2832/2011), concedendo prioridade ao transporte coletivo, à mobilidade ativa e integração intermodal;2) Ajustar, concluir e executar, de maneira gradual, o Plano Cicloviário de Niterói elaborado pela empresa TC Urbes, assegurando a participação dos usuários e a transparência do processo. Definir um cronograma para sua implantação e para o cumprimento dos prazos estabelecidos;...
5) Construir novas infraestruturas e aprimorar as existentes, essenciais para o deslocamento de pedestres e ciclistas (malha cicloviária, sinalização, faixas de pedestre, calçadas etc). Valer-se das intervenções urbanas e viárias, periódicas ou não, para a inclusão dessas estruturas, de forma a aumentar a segurança das pessoas;
...
7) Adotar as medidas necessárias para “acalmar” o trânsito, como a redução de velocidade máxima das vias de acordo com a OMS, implantação de “zonas 30”, instalação de rotatórias, de faixas de pedestre elevadas, de sinalização etc. Na engenharia e operação do trânsito, dar prioridade absoluta à preservação da vida;8) Implantar, com urgência, a conexão cicloviária Zona Sul – Centro – Zona Norte (Avenidas Marquês de Paraná – Jansen de Melo), por meio de estrutura segregada do trânsito de veículos motorizados;
..."
Os itens destacados acima estão diretamente relacionados com a Rua São Lourenço, então, por que não aproveitaram a oportunidade do recapeamento para por em prática?

Deixamos claro que o crescimento do uso da bicicleta tem sido constatado em todas as regiões de Niterói.

O relatório completo pode ser acessado AQUI.
Relatório Completo AQUI

www.mobilidadeniteroi.com
facebook/mobilidadeniteroi
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