sábado, 14 de janeiro de 2017

I Encontro Para o Desenvolvimento do Cicloturismo - A impressão dos palestrantes sobre a ciclomobilidade em Niterói

Por Sérgio Franco

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Durante o I Encontro Para o Desenvolvimento do Cicloturismo o Mobilidade Niterói entrevistou alguns dos palestrantes convidados.

Apesar do tema do congresso ter sido o cicloturismo urbano na maioria das apresentações foi feito um link direto entre o desenvolvimento do cicloturismo e a ciclomobilidade, afinal, uma cidade que não é amigável as bicicletas não é convidativa para os cicloturistas. Mas temos que entender como cicloturista não necessariamente o que se define como ciclista, mas também aquele turista que tendo oportunidade prefere usar a bicicleta para fazer o passeio.

E são muitos os turistas, nacionais ou estrangeiros, que deixam de vir a Niterói só por causa deste detalhe e os poucos que veem se restringem ao MAC.

Vale lembrar que não existe nenhum impedimento para o turista pegar uma bicicleta do "itaú" e vir para Niterói.



Os palestrantes entrevistados, todos com grande experiência na ciclomobilidade e cicloturismo, nos deram suas impressões sobre a ciclomobilidade em Niterói e puderam dar esta opinião pois nos dois dias de congresso usaram as bicicletas para se locomoverem e pedalaram além do óbvio, Icaraí, Boa Viagem, Centro, pedalaram também por vias como a Rua Mariz e Barros, ciclovia da Av. Roberto Silveira, ciclovia da Av. Amaral Peixoto e logicamente acabaram passando pela famosa e preocupante Av. Marquês de Paraná, que aliás foi o alvo de muitas críticas de todos.

Infelizmente não conseguimos entrevistar todos os palestrantes, temos certeza que todos teriam muito para acrescentar com suas experiências.

Os entrevistados foram:

André Geraldo Soares


Bacharel e Licenciado em Filosofia, Especialista em Educação Ambiental, Mestre em Sociologia Política. Educador social, educador ambiental, consultor em mobilidade ciclística, professor e pesquisador. Ex membro do Conselho Municipal de Transportes de Florianópolis, Coordenador do Departamento de Mobilidade da ACBC – Associação de Ciclismo de Balneário Camboriú e Camboriú, Diretor Presidente da UCB – União de Ciclistas do Brasil.

Cristóbal Peña


Ciclista e empreendedor. Formado em Administração em Ecoturismo pela Universidad Nacional Andrés Bello e em Engenharia de Execução em Gestão Industrial pela Universidad Federico Santa Maria. No ano de 2014 dá início à agência de turismo receptivo BellaBike Tours, em Santiago do Chile, na qual trabalha como diretor, organizando visitas guiadas por Santiago e arredores. Sua vida profissional está 100% ligada ao turismo e ao ecoturismo, tendo participado como consultor em diferentes projetos relacionados ao planejamento turístico de diferentes regiões do Chile.

Gustavo Vinícius Santos de Carvalho


Fundador e Diretor da KuritBike desde 2010 atualmente é também Presidente do Núcleo de Turismo Receptivo de Curitiba, conselheiro do Conselho Municipal de Turismo de Curitiba e consultor da Instância de Governança Regional da região de Maringá a RETUR. Em 2015 recebeu, através do trabalho da KuritBike o prêmio de Melhor Empreendimento do Brasil no Fomento ao Uso da Bicicleta.

Marcelo Iha


Ciclista urbano há mais de uma década e gosta de pedalar em subidas. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, bacharel e licenciado em Geografia pela USP, trabalha atualmente na Comunicação da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa de turismo e eventos da Prefeitura de São Paulo), onde participou do projeto SP de Bike. Teve experiência profissional em veículos de imprensa nas áreas de Cultura (Música), Turismo e Meio Ambiente, além de organizações do Terceiro Setor que atuam em Proteção Animal, Educação e Direitos Humanos.

Rodrigo Telles


Engenheiro pela POLI-USP, Guia de Turismo Embratur e Educador Ambiental, é Fundador e atualmente Diretor do Clube de Cicloturismo do Brasil, criado em 2001. Há 15 anos trabalha pela divulgação e pela difusão do cicloturismo. Participou da iniciativa e do trabalho técnico para a elaboração dos primeiros circuitos oficiais de cicloturismo no país. Presta assessoria para implementação de rotas de cicloturismo rurais e urbanas. Participou da elaboração das normas técnicas ABNT do setor de cicloturismo. É organizador do Encontro Nacional de Cicloturismo e de outros eventos como o Velotour que visam incentivar iniciantes a ganhar autonomia para pedalar. É apaixonado por fotografia, viagens e montanhas.

Rosaly Almeida


Psicóloga (UCP). Cursando Pós Graduação em Gestão da Mobilidade Urbana (IBGM). Atuação na criação e gerencia do Programa Pedala PE de jun/2012 a abril/2016. Responsável pela elaboração e gestão de diversos projetos, entre eles: bicicleta pública compartilhada, Plano Diretor Cicloviário da Região Metropolitana do Recife, bicicleta para Fernando de Noronha, Circuito de Cicloturismo do Agreste, infraestrutura cicloviária do trecho Marco Zero a Fabrica do Tacaruna, Bike na Escola, circuito de bicicleta nas comunidades, Programa Pedala Servidor, capacitação para motoristas de ônibus da Região Metropolitana do Recife, Oficina de Mobilidade por Bicicleta para os Diretores das Autoescolas de Pernambuco, Capacitação dos Instrutores das Autoescolas de Pernambuco, bicicleta estática no pátio da prova prática do Detran/PE, 1º Curso para Formação de Mecânico de Bicicleta de Pernambuco.


O vídeo da entrevista pode ser acessado AQUI.

www.mobilidadeniteroi.com
facebook/mobilidadeniteroi

SÃO SÓ 5 KM

SE TODOS QUE PERCORREM ESTA DISTÂNCIA ESCOLHESSEM A BICICLETA
QUEM TEM QUE USAR O CARRO TERIA UMA MELHOR FLUIDEZ NO TRÂNSITO






sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dezembro de 2016 - Fechamos com novo recorde!

Por Sérgio Franco


139,5 ciclos por hora! A maior contagem que tivemos ao longo desses 2 anos de monitoramento da ciclovia da Av. Amaral Peixoto! Um aumento impressionante quando lembramos que o único aumento da malha cicloviária foi a implantação da ciclofaixa, no dia 31 de março na Rua Miguel Couto (73 ciclos/hora) e em novembro tivemos a implementação da ciclovia segregada na Rua São Lourenço, esta com um fluxo de ciclo de 159,5 ciclos por hora, antes mesmo da ciclovia.
Relatório completo AQUI

Estas novas estruturas podem ter ajudado? Podem, mas mesmo sem elas acreditamos que ainda constataríamos um crescimento no número de usuários de bicicletas. 

Mas por que dizemos isto? Só acompanharmos os gráficos!

Ciclos por hora

O crescimento tem sido constante. Em todos os meses de 2016 quando comparados com os meses correspondentes de 2015 verificamos, sempre, um número maior de ciclos. E se a linha de tendência se mantiver, e acreditamos que vai, os números vão continuar crescendo.

Já em dezembro de 2016, ao realizarmos as contagens automáticas, já tínhamos tido um crescimento de 42,29% quando  comparamos com as contagens automáticas de dezembro de 2015.

A média anual (média de todas as contagens do ano) do fluxo de ciclos da ciclovia da Av. Amaral Peixoto subiu de 93,9 ciclos/hora em 2015 para 114,5 ciclos por hora em 2016.

Média Anual
Niterói já vem mostrando que os números de ciclistas na cidade expressivo e tem superado, em muitas localidades, os números do Rio de Janeiro, uma cidade com população de 6.320.000 habitantes contra os 497.000 habitantes de Niterói, ou seja, um número 6 vezes maior. Os números das contagens podem ser vistos abaixo e notamos que praticamente só são inferiores aos da ciclovia da orla de Copacabana.


O apoio da prefeitura de Niterói à ciclomobilidade é mínimo, falta estrutura, que não acompanha o crescimento da demanda, e o pior, se tivéssemos uma estrutura adequada o número de pessoas que estariam usando a bicicleta como meio de transporte seria, com certeza, bem maior. 

Ainda sofremos com a falta de fiscalização e diariamente ciclistas são confrontados por motoristas e motociclistas, além da conservação precária, senão inexistente, das ciclovias. Como exemplo, a ciclovia mais importante da cidade não tem um único segregador reposto a mais de 1 ano.

Vale lembrar que tivemos crescimento no número de ciclos em todas as ciclovias da cidade, mesmo com o grande gargalo que temos que é a Av. Marquês de Paraná, onde contamos, em agosto de 2016, 280,5 ciclos/hora!

Nem mesmo a velocidade da via foi revista, hoje regulamentada em até 60 km/h, apesar de hoje ela estar 82% do tempo com velocidades de menos de 30 km/h.

Infelizmente, acreditamos que neste ponto, a administração da cidade não pretende mais fazer nenhuma intervenção. Por que dizemos isto? A administração da NitTrans e Secretaria de Urbanismo e Mobilidade continuam sendo geridos pelas mesmas pessoas (O Fluminense), portanto, a filosofia se manterá a mesma, e como sabemos, não são à favor da ciclomobilidade. Não encaram a bicicleta como meio de transporte e não entendem que, em uma cidade como Niterói (com curtas distâncias e relevo favorável), estimular o uso da bicicleta é diminuir o número de carros nas ruas e consequentemente melhorar a fluidez do trânsito.

O fato é que nós, pessoas que adotamos as bicicletas como principal meio de transporte, é que temos feito a diferença. Somos nós que estamos tornando a cidade mais humana, nós é que estamos melhorando a fluidez do trânsito sendo um carro a menos na cidade. Só lembrarmos que em vez de 280 ciclos por hora poderíamos ser mais 280 carros por hora, já imaginou?


SÃO SÓ 5 KM
APROVEITE A DISTÂNCIA E DEIXE O CARRO EM CASA
EXPERIMENTE IR DE BICICLETA
RAIO DE 5 KM DAS BARCAS