quarta-feira, 23 de março de 2016

Março 2016 e Mais Bicicletas!

Por Sérgio Franco

Pedal Sonoro e Bike Anjo Niterói

5,55% de aumento comparando os meses de Março de 2015 com Março de 2016!

A cada contagem que realizamos com a finalidade de acompanhar mês à mês o crescimento do uso dos transportes ativos em Niterói constatamos que este só aumenta.

Relatório Março/2016

O relatório completo pode ser acessado AQUI! 

Parece que estamos vivendo uma nova realidade e a população esta entendendo a praticidade do uso da bicicleta como meio de transporte.

Um parênteses para um relato pessoal:

Por um puro acaso, no dia de hoje, 23 de Março, antes de escrever este artigo, passei no laboratório Lâmina, localizado na Rua Otávio Carneiro em Icaraí. Chegando no mesmo encontrei uma bicicleta estacionada no local (infelizmente sem bicicletário) e ao entrar perguntei a atendente se a bicicleta era de um cliente, a resposta foi não, era de um Médico que trabalho no laboratório e a própria atendente confessou que esta procurando uma bicicleta para também começar a ir ao trabalho com esta. Perguntei onde ela morava, Venda da Cruz, e ela completou, é perto! E realmente é perto, não perguntei detalhes de onde morava mas a distância fica em torno de 7 km, e pode ser até mais perto dependendo da localidade que ela mora.

Média de ciclos/hora nos últimos 12 meses: 99,19

As médias de de ciclos por hora quando observados sempre os últimos 12 meses de contagens também demonstram o crescimento contínuo do uso das bicicletas na cidade. Fomos de 93,8 ciclos/hora de média para 99,19 ciclos/hora.

Crescimento constante
As mulheres também vem mostrando sua força e demonstrando que a opção pelo uso das bicicletas não é só escolha deles!

Participação das mulheres continua crescendo

Apesar de ter sido constatada uma pequena queda de 1% se compararmos Março de 2015 com Março de 2016 notamos, o fato é que a média de participação das mulheres quando analisado o período de 12 meses vem crescendo.

Crescimento constante 
O aumento que temos constatando deve ser comemorado também pelos motoristas, principalmente por aqueles que não tem a opção de usar a bicicleta. Cada pessoa que opta em usar a bicicleta oferece um espaço à mais para os carros. 

A foto abaixo é icônica e demonstra como o espaço é melhor aproveitado por todos quando mais pessoas optam pela bicicleta.

Economia de espaço.
Entenda, você não é obrigado a usar a bicicleta, mas esta certamente, mesmo quando usada por outros esta ajudando você também!


São só 5 km
5 km do Centro

Tire proveito da situação
Deixe o carro em casa!








segunda-feira, 21 de março de 2016

A culpa NÃO é dos Motoristas!

Por Sérgio Franco






"...o motorista Carlos Rocha acha que é amiga demais (Niterói é amiga dos ciclistas). Por email, ele critica a construção de ciclovias e pede prioridade para a mobilidade dos carros:
— A cidade não comporta ciclovias. O incidente que aconteceu (a briga da semana passada) é resultado da falta de espaço para a circulação de carros. Ainda mais com ciclovias!"

"O taxista Almir Gomes não tem problema com ciclistas e diz que os apoia, desde que estejam longe:
— Eu acho que a ciclovia tem que ser feita onde tem espaço, e aqui em Niterói não tem."

Estas declarações se encontram na matéria do Jornal O Globo, com o título de "Clima tenso entre ciclistas e motoristas cresce em Niterói"
Chamada da Matéria!

Cabe aqui uma observação: Não existe clima tenso entre motoristas e ciclistas crescendo em Niterói! "Desentendimentos" ocorrem entre qualquer dos personagens (pedestres, ciclistas, motoristas e motociclistas) que convivem no trânsito e na sua maioria são problemas pontuais que ocorrem por diversos motivos inclusive por falta de informação. E ainda, grande parte dos ciclistas é composta também por motoristas! 

Mas por que os motoristas que fizeram estas declarações não tem culpa de pensar assim?

Porque o conhecimento sobre mobilidade urbana não chega até estes de forma ativa. Eles, não são obrigados a entenderem deste assunto específico, cada cidadão tem suas áreas de interesse das quais gostam de ler sobre e procurar maior informação. Portanto, a culpa é das administrações públicas, sejam a nível Federal, Estadual ou Municipal, levarem de moto ativo, o conhecimento dos benefícios de uma ciclovia.

Para o motorista, o cidadão comum, aquele que sai de sua casa para ir trabalhar e opta por usar o carro, seja por qual motivo for e tem liberdade e direito de assim o fazer, ao olhar uma ciclovia, o primeiro pensamento é: "Poxa, menos uma pista, olha só, dava para mais carros..."; não é o primeiro pensamento dele que um sistema cicloviário seguro, bem pensado, que ligue pontos de interesses, na verdade melhora o trânsito pois traz a mais simples das soluções, tira carros das ruas!

"— A cidade não comporta ciclovias. O incidente que aconteceu (a briga da semana passada) é resultado da falta de espaço para a circulação de carros. Ainda mais com ciclovias!"

Seguindo a lógica do pensamento "falta de espaço para a circulação de carros", uma das soluções seria desapropriar todos os prédios ao longo da Av. Roberto Silveira, e provavelmente de todas as vias, para ter mais espaço de circulação, ou construir um grande elevado que leve cada motorista até a porta de casa. O que é impossível.

"— Eu acho que a ciclovia tem que ser feita onde tem espaço, e aqui em Niterói não tem.", e segue-se a mesma lógica de declaração anterior. Feita por um profissional que tem que estar nas ruas dirigindo o dia inteiro. 

É justamente por não ter espaço nas ruas que necessitamos de ciclovias!

A lógica tem que ser invertida, ou seja, vamos criar condições para que mais pessoas usem a bicicleta e deixem seus carros em casa para que aquele que realmente necessite usar o carro tenha uma melhor fluidez no  trânsito com menos engarrafamentos.
Raio de 5 km

O mapa ao lado ilustra as localidades abrangidas no raio de 5 km a partir da estação das barcas no Centro de Niterói.

Esta distância é facilmente percorrida de bicicleta, não levando mais de 30 min pedalando devagar. 

Agora pense nas pessoas que cada um de nós conhecemos que percorrem estas distâncias de carro.

Vamos pensar ainda em quantas pessoas, que cada um de nós conhecemos, que não usam a bicicleta por não ter ciclovias.

Cada uma destas pessoas formam um grande conjunto de possíveis "carros á menos" ou "mais espaço para os carros". 

E sim, existem pessoas dispostas a usar bicicletas, e são muitas, o que não tem é segurança de usar por falta de um sistema cicloviário seguro. Em pesquisa realizada pelo Mobilidade Niterói em parceria com o Niterói de Bicicleta (Matéria relaciona aqui) constatamos que entre os não ciclistas:

  •  87% Concordam que uso da bicicleta é uma boa opção como meio de transporte no dia-a-dia.
  •  90% Concordam que uso da bicicleta melhora o trânsito nas ruas e avenidas.
  •  63% Concordam que o uso de bicicleta NÃO é restrito a alguns perfis/tipo de pessoas.
  •  94% dos entrevistados usariam a bicicleta como meio de transporte se determinadas demandas fossem atendidas.

Com menos carros teríamos melhor fluides para o Sr. Carlos Rocha usar seu carro e para o Sr. Almir Gomes trabalhar de maneira menos stressante no seu dia a dia de taxista, aliás, também importante função para a melhoria da mobilidade na cidade. Provavelmente faria mais viagens e teria mais passageiros.

Mas como dito acima, não, eles não tem culpa de pensar assim, a culpa é principalmente do poder público de não levar estas informações de forma clara à população.

Na contagem automática de 12 horas, realizada na Av. Roberto Silveira (Matéria aqui), foram contabilizados 1035 ciclistas, em um dia de chuva, o que muito provavelmente diminuiu o número de usuários de bicicletas. E são ciclistas dos mais diferentes perfis! O que o Sr. Carlos e o Sr. Almir achariam se pelo menos metade destes ciclistas resolvessem usar os carros? E estamos falando de uma ciclovia que não é interligada com o Centro, principal destino dos ciclistas localizados na área do mapa acima.

Mas o que mais pode ser feito?

Além das informações sobre mobilidade urbana enfatizando que a ciclovia atrai mais ciclistas e diminui o número de motoristas melhorando portanto o trânsito pela simples diminuição de automóveis nas ruas, existem atitudes mais práticas que deveriam ser adotadas pela prefeitura o quanto antes.
Ciclorrotas

Na administração anterior a NitTrans tinha uma visão muito mais abrangente sobre mobilidade urbana e entendia que fazer o trânsito fluir é também criar condições para que as pessoas deixem os carros em casa. 

Cabe ressaltar que não estamos elogiando a administração anterior como um todo, nem mesmo criticando. Estamos tão somente falando de um único órgão, NitTrans.


Sinalização de Ciclorrota
Com isto foram dados os primeiros passos para a instalação das primeiras ciclorrotas, que legitimam o uso das vias pelos ciclistas e alertam os motoristas sobre a presença dos mesmos nas vias. Cabe lembrar que o CTB já regula o uso das vias pelas bicicletas:

"Art. 58. Nas vias urbanas e nas rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa, ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento, no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via, com preferência sobre os veículos automotores."

Solução simples, barata e de fácil implantação que já aumenta a segurança dos ciclistas e esclarecem aos motoristas que sim, o ciclista pode e deve usar a via.

É o ideal? Não, é apenas um passo para chegar a condição ideal e uma solução que deveria estar sendo aplicada em todas as vias onde não existem ciclovias. Seriam mais pessoas a adotarem a bicicleta e menos carros nas ruas. 

Mas deixamos claro que as ciclovias proporcionam maior segurança, atraindo novos adeptos da bicicleta como meio de transporte. Um bom exemplo foi o aumento constatado de 57,14% no trecho entre a Rua Lopes Trovão e Rua Presidente Backer, quando comparamos antes e depois da instalação da ciclovia. (Matéria Aqui)

Mas não é só isso, existem as placas educativas já regulamentadas. Qual a finalidade delas? Educar os usuários da via quanto ao seu comportamento adequado e seguro no trânsito. 

Placas Educativas

A ferramenta existe. Estas placas ajudariam aos motoristas, ciclistas e pedestres a aprenderem a conviver no trânsito, dando orientações simples de como proceder em determinados locais e situações. 

Exemplo 1
 A grande maioria dos motoristas não retornam a ler o CTB e se esquecem dos procedimentos que devem ser adotados nas mais diversas situações.

Estas placas servem para lembrar e até para instruir como proceder.

Até porque estamos vivendo uma mudança de paradigmas e inclusive pela falta de espaço citada pelos motoristas acima, novas alternativas de transporte tem que ser buscadas, e a bicicleta é uma das de mais fácil implementação.

Exemplo 2
O motorista, também foi pego no meio desta mudança e se mobilidade não é o assunto de seu interesse (e não é obrigado a ser) este se vê confuso no como proceder nas novas situações que naturalmente surgem deste convívio.

Exemplo 3
E não estamos eximindo o ciclista de sua parcela de responsabilidade, mas da mesma forma que é  uma novidade para o motorista é também para o ciclista, principalmente para os novos ciclistas (aumento de 78,68% comparando Fev/15 com Fev/16). E da mesma forma que o motorista não tem obrigação de entender de mobilidade urbana, muitos ciclistas também não tem interesse no assunto, apenas descobriram e adotaram as bicicletas como meio de transporte (mesmo inconscientemente estão criando mais espaços na rua quando deixam seus carros em casa). Estes ciclistas também tem dificuldade de entender como se comportar em áreas de embarque e desembarque, em paradas de ônibus, no uso da via, etc. Mais um motivo para serem usadas as placas educativas.

Placa na BR277

Todos os eventuais conflitos existentes nas ruas entre ciclistas e motoristas são consequência simplesmente da falta de informação.

Claro, bicicleta não é a única ferramenta para melhorar a mobilidade urbana, existem várias, BRTs, BHLTs, melhor planejamento das linhas de ônibus e suas paradas, VLTs, trens e metrôs, mas as ciclovias, como já dito, são as mais rápidas e baratas de serem implementadas e são parte importante de um sistema que vise a mobilidade urbana. Mesmo assim entendemos que mesmo com tudo isto, ainda existirão carros nas ruas, mas estes terão maior facilidade de locomoção, justamente por ganharem mais espaço pela diminuição dos automóveis particulares nas vias.

Mas cabe ressaltar, se hoje discutimos mobilidade urbana é porque ontem não houve planejamento urbano. As cidades crescem de forma horizontal e afastam as pessoas dos centros econômicos, forçando com isto grandes deslocamentos e piorando o trânsito. Erro que hoje vemos ocorrer em Niterói com o crescimento da região oceânica. 

Niterói, já é compacta, não precisa expandir.

Vídeo:

Cidades densas são cidades melhores - Streetfilms & ITDP Co Production


Artigo:
Desenvolvimento Orientado Ao Transporte Sustentável

facebook/mobilidadeniteroi


As distâncias são curtas
Tire proveito da situação
Deixe o carro em casa!

5 km Região Oceânica





















terça-feira, 15 de março de 2016

Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Niterói.

Por Sérgio Franco





Nesta terça feira, 15 de Março, será formalizado o PMUS de Niterói,  O objetivo é estabelecer a meta de deslocamento dentro do município pelos próximos dez anos. 

Serão assinados convênios com o ITDP e com a WRI e terá um financiamento de US$ 100 mil do Banco de Desenvolvimento da America Latina.

"meta principal é priorizar o transporte coletivo e o não motorizado. A consultoria consiste no levantamento de dados das regiões, com base no quantitativo de veículos individuais, coletivos, na malha cicloviária e nos horários de pico. 
Após diagnosticar a dinâmica de deslocamento da cidade, os dados serão modelados em uma rede matemática de monitoramento de vias. O sistema deve apontar os principais pontos de congestionamento a partir de informações que indicam o número de veículos trafegando, o espaço que eles ocupam na via e a dimensão da área disponível para tráfego." (Fonte: Jornal o Fluminense);
A primeira pergunta que levantamos é, já não eram para terem sido feitas estas pesquisas? Já não existe uma obra de grandes proporções em andamento que objetiva implementar o BHLT? Já não estão abrindo o túnel? E se, com as pesquisas, chegarem a conclusão que a solução seria outra que não os BHLTs ou  mesmo o sendo, e devesse ter sido em outro formato?
"Essas medidas fazem parte das etapas iniciais do PMUS, onde integramos a usabilidade dos dispositivos eletrônicos ao trabalho de campo. Dessa forma podemos obter alternativas viáveis, sem a necessidade de duplicar vias, alargar ruas ou construir pontes. Por meio desse projeto, será possível estudar as propostas da população, visto que teremos dados suficientes para analisar a viabilidade do metrô ou do BRT, como recurso de transporte em determinadas regiões”, afirma o subsecretário de Urbanismo e Mobilidade Urbana, Renato Barandier. 
Como então foi decidida a implantação do BHLT? Por que foi decidido que o mesmo só vai ligar a Região Oceânica à estação das Barcas em Charitas? (BHLTs TransOceânica).
“Nos candidatamos a essa concorrência, pois o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável representa a última diretriz a ser colocada em prática, dentro dos instrumentos de gestão. Niterói possui inúmeros projetos direcionados à mobilidade, no entanto, é preciso integrar as estratégias ao plano cicloviário e aos veículos não motorizados. Por isso, iremos incentivar o uso desses meios de transporte, oferecendo estrutura e alternativas de locomoção, por meio de diagnósticos inteligentes que serão coletados na pesquisa de campo”, palavras do subsecretário de Urbanismo e Mobilidade Urbana, Renato Barandier. 
Se é intenção da Secretaria de Mobilidade e Urbanismo incentivar o uso de veículos não motorizados, por que as ciclovias não foram contempladas por esta na Região Oceânica? Por que não estão sendo já construídas as ciclovias juntamente com as obras das vias para os BHLTs?

O Mobilidade Niterói já ouviu de representantes da Secretaria de Mobilidade e Urbanismo que não existem muitos ciclistas em Niterói.

Uma preocupação é que ocorra aqui o que ocorreu com os BRTs no Rio de Janeiro.

A ideia era  favorecer o uso das bicicletas que "alimentariam" as estações dos BRTs. Não temos conhecimento de que isso tenha ocorrido, nem bicicletários foram instalados nas estações.

E tem mais, partindo desta ideia de "alimentar" as estações dos BRTs, não foram construídas ciclovias ao longo dos BRTs. A questão que fica é, e se uma pessoa quer somente se deslocar por duas, três estações, terá que embarcar no BRT aumentando a lotação e o desconforto de todos os passageiros? Uma ciclovia estimularia o uso da bicicleta nestas curtas distâncias diminuindo a lotação dos BRTs. Será que esta filosofia será trazida para os nossos BHLTs? Cometeremos os mesmos erros?

Outra preocupação é como a pesquisa será realizada. Se forem levantados dados que só espelhem a situação do momento e não uma perspectiva de mudança poderão serem tomadas decisões que não favoreceram o uso dos transportes ativos.

Como exemplo, ao perguntar, "Você usa bicicleta como meio de transporte?" e a pessoa responde "Não",  por esta pergunta e esta resposta o governo pode chegar a conclusão que a população não quer as ciclovias; mas se perguntarmos "Você usaria a bicicleta se houvesse estrutura cicloviária adequada?", a resposta possivelmente pode ser outra como vimos no Relatório Preliminar Sobre As Bicicletas Na Cidade de Niterói, onde 94% dos entrevistados "não ciclistas" responderam que passariam a adotar as bicicletas.

Outro detalhe preocupante, é que os Planos Urbanísticos Regionais foram elaborados e já estão sendo votados sem o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável e sem nem mesmo a revisão do Plano Diretor, e no nosso entender, um não pode ser feito sem o outro.

Enfim, ainda temos as medidas imediatas que devem ser implementadas com urgência (abordaremos mais adiante), já que o número de usuários de bicicleta não para de crescer, como podemos constatar na matéria de 4 de março de 2016, 78,68% em Fevereiro de 2016 se comparado com Fevereiro de 2015, não da para deixar para daqui à 10, 20 ou 30 anos.



Lembre-se, são só 5 km!








sexta-feira, 4 de março de 2016

78,68%

Por Sérgio Franco


Fevereiro 2016
Mais uma contagem, mais um aumento! 78,68% para ser mais exato se comparamos os números de Fevereiro de 2015 com os de Fevereiro de 2016. O que mais impressiona é que não tivemos nenhuma melhora na estrutura cicloviária neste período e apenas podemos destacar a tentativa de uma ciclofaixa na Av. Marquês de Paraná que foi, aos poucos, "retirada" de forma não oficial pela NitTrans.

De qualquer forma, a constatação e os números estão aí, a população vem aderindo ao uso da bicicleta e dos demais transportes ativos apesar das dificuldades.
Maior contagem em Outubro/2015

No acompanhamento de 12 meses (Novembro não houve contagem e foi acrescentado contagem extra em agosto com a implantação da ciclofaixa) podemos constatar a tendência de crescimento no uso dos transportes ativos.

Já tínhamos constatado um aumento de 33,85% na comparação de Janeiro de 2015 com Janeiro de 2016 e esperávamos que também seria identificado um aumento em Fevereiro de 2016 em relação a Fevereiro de 2015, só não esperávamos que este crescimento chegasse aos 78,68% já destacado acima.

Fevereiro 2015/2016

Fevereiro de 2016 também teve um aumento no número de mulheres usando a bicicleta se comparado com Fevereiro de 2015. O aumento se manteve nos 5% já constatado em Janeiro.




A média da participação das mulheres no uso da bicicleta em 2015 foi de 13,16%, mas se analisarmos somente os últimos 12 meses a media sobe para 13,53%

Temos que lembrar que este acompanhamento mensal é feito em um ponto específico, Av. Amaral Peixoto altura da Av. Visconde de Rio Branco, outros pontos possivelmente possuem uma participação maior das mulheres e também podem ter tido, e provavelmente teve, um crescimento maior no número total de ciclistas.

Lamentamos  apenas o aparente descaso da  Prefeitura de Niterói com o crescimento do uso da bicicleta (e outros transportes ativos) e mais do que isso, não esta criando condições para que mais pessoas optem pelas bicicletas. Sim, existe uma demanda reprimida no uso da bicicleta como meio de transporte por não existir uma estrutura segura (Matéria relativa a demanda reprimida AQUI), ou seja, mais pessoas poderiam estar adotando a bicicleta se existisse esta estrutura e consequentemente menos carros estariam nas ruas.

Vale sempre lembrar o que são 5 km!

5 Km.


O relatório de Fevereiro de 2016 pode ser baixado aqui!