quarta-feira, 30 de setembro de 2015

90 cm!

Por Sérgio Franco


90 cm
90 centímetros, mal passa um ciclista, esta é a distância medida pelo Vinícius Ribeiro quando resolveu comparar o tamanho da distância que estão "cedendo" aos ciclistas para usarem a via.

Todos os usuários da ciclofaixa nem precisavam de fita métrica para ver que ela esta tão estreita que muitas vezes nem passa uma bicicleta e ontem o Mobilidade Niterói flagrou um agente da NitTrans estreitando a ciclofaixa quando, eventualmente, algum ciclista resolvia alargar só um pouco.

Mas o que seria certo?

Segundo o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito é recomendado para uma ciclofaixa bidirecional a tamanho de 2,50 metros e para aquelas de sentido único o recomendado é 1,50 metros.

90 cm



Isso mesmo, o recomendado para uma ciclofaixa unidirecional é 1 metro e 50 centímetros. A ciclofaixa temporária tem 90 centímetros ou menos e dificilmente mais de 1 metro.





90 cm?



Logicamente, algumas situações não precisam nem de trena para medir e mostrar o tamanho da ciclofaixa. O próprio ciclista é a melhor referência. 

A NitTrans tem controladores ciclistas, eles sabem disso.



Mas voltando ao tamanho da ciclofaixa temporária, já que não é usada nem a medida recomendada pelo Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito para uma ciclofaixa unidirecional e com o medo de se provocar um "impacto" no trânsito de automotores se adotarem os 2,50 metros, o que poderia ser feito?

1,85 metros
A ciclovia da Av. Roberto Silveira tem 1,85 metros. Não é o recomendado mas é o que foi aceito. apesar de ainda haver espaço para que a mesma fosse mais larga.

Se vamos testar, que se faça o teste direito, colocando os cones que simulam a ciclofaixa de forma adequada e com o tamanho recomendado ou na mais sofrível das decisões, no mesmo tamanho já adotado na ciclovia da Av. Roberto Silveira.

Ciclovia da Av. Roberto Silveira

Sobre a temeridade do impacto negativo na fluides do trânsito o Mobilidade Niterói já se manifestou na publicação de 30 de Setembro onde, em virtude do Relatorio de Impacto da Ciclofaixa no Transito, chegamos a conclusão que houve sim um impacto, mas que é mínimo em função dos benefícios que uma rota cicloviária segura irá proporcionar.

Vamos entender, quanto mais bicicletas nas ruas, menos serão os carros, melhor será a fluides do trânsito.






terça-feira, 29 de setembro de 2015

Relatório de Impacto da Ciclofaixa no Trânsito de Automotores!

Por Sérgio Franco




Saiu o relatório que acompanhou o impacto no trânsito de veículos automotores com a instalação da ciclofaixa temporária. O relatório foi feito levando-se em conta o deslocamento no sentido Zona Sul - Zona Norte a partir da Av. Presidente Roselvelt até a Rua São Lourenço via Av. Roberto Silveira e Av. Marquês de Paraná.

A diferença, que consideramos insignificante, foi de 2,65 minutos!

O relatório completo pode ser visto AQUI!

Mas o relatório traz uma observação importante, no dia 01 de Setembro ocorreram incidentes que prejudicaram a fluidez do trânsito na cidade, elevando em muito o tempo de deslocamento pela Av. Roberto Silveira e Av. Marquês de Paraná. Quando é desconsiderado este dia, a diferença média que encontramos no deslocamento é de apenas 1,89 minutos!

A diferença de tempo encontrada nos deslocamentos simplesmente não justifica a retira da ciclofaixa de onde se encontrava, no canteiro central, lado impar da Av. Marquês de Paraná, para o cima da calçada, do lado par da Av. Marquês de Paraná.
Carros



O que claramente não funcionou e provocou diversos conflitos arriscados, eram carros entrando e saindo do mercado existente no local.





A escolha da Rua




Devido as péssimas condições da calçada, até mesmo se fosse usada só pelos pedestres, ciclistas acabavam por optar em compartilhar a via com os carros.






Apertada


Onde encontrávamos uma ciclofaixa, esta estava perigosamente estreita. O perigo se tornava maior no ponto de ônibus, onde o cuidado tinha que ser redobrado quando dois ciclistas passavam em direções opostas e tinham que fazer uma difícil escolha.





Risco para crianças


Ciclistas costumam ser cuidadosos quando usam uma via compartilhada, contudo, mesmo com todo o cuidado, com um número muito grande de ciclistas e pedestres compartilhando uma calçada inexistente, o perigo existe, principalmente para as crianças de colo. 




Insatisfação


A insatisfação gerada entre ciclistas, pedestres e comerciantes foi enorme. Uma senhora parou junto ao Mobilidade Niterói e disse que parou de levar a neta para de bicicleta porque achou muito perigoso e mesmo assim quase foi atropelada por um ciclista na calçada.


Logicamente os mais experientes e que já tem certa segurança no uso da bicicleta acabam por escolher a rua, apesar de ser um direito, em uma via cuja a velocidade é desnecessariamente de 60km/h, existe um risco, ainda mais no horário de trânsito mais pesado como é o da volta para casa.




Perigo para todos


O fato é que o risco é desnecessário, são 249 vidas por hora que passam só neste trecho. Desde Janeiro deste ano o Mobilidade Niterói já constatou um aumento de 78,74% no uso da bicicleta como meio de transporte.

O acréscimo médio no tempo de deslocamento dos veículos automotores de apenas 1,89 minutos não se justifica quando comparados com o crescimento que já ocorre no número de ciclistas. Mais importante ainda será o crescimento provocado pela segurança a ser oferecida ao ciclista, que atrairá novos usuários, diminuirá o número de carros na cidade e melhorará a fluides do trânsito de automotores para aqueles que terão que continuar usando seus carros.



Pela rua mesmo

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Ciclofaixa Temporária - Que teste é esse?

Por Sérgio Franco



Na página oficial da prefeitura existe um pequeno texto falando sobre a ciclofaixa temporária:


"28/08/2015 - A Prefeitura de Niterói, por meio do programa Niterói de Bicicleta, vai implantar, a partir da próxima terça-feira (1/9) até o dia 7 de setembro, uma ciclofaixa temporária na Avenida Marquês do Paraná.  O funcionamento provisório servirá como teste para a futura implantação de infraestrutura cicloviária permanente nesta via.

A ciclofaixa, de aproximadamente um quilômetro e bidirecional, vai funcionar das 6h às 11h na pista sentido Centro-Icaraí, e de 16h às 21h na pista sentido Icaraí-Centro. Durante o teste, agentes da Nittrans estarão no local para auxiliar ciclistas, motoristas e pedestres.
A coordenadora do programa Niterói de Bicicleta, Isabela Ledo, explica que a ciclofaixa faz parte do projeto de mobilidade sustentável da cidade:
"Esta ciclofaixa vai ligar a ciclovia da Avenida Roberto Silveira à da Rua São Lourenço, facilitando o acesso tanto dos ciclistas da Zona Sul, como os da Zona Norte, ao Centro da cidade, à estação das barcas e ao Terminal João Goulart".
A ciclofaixa será delimitada por cones e agentes da Nittrans estarão no local para auxiliar a operação.
"É importante que motoristas, ciclistas e pedestres respeitem as orientações dos agentes de trânsito para o sucesso da operação", completa Isabela.
A previsão é que até o fim do ano a ciclofaixa provisória se torne permanente."

A publicação original pode ser vista AQUI.

O texto afirma que "O funcionamento provisório servirá como teste para a futura implantação de infraestrutura cicloviária permanente nesta via."

Bem, é um teste? Para entendermos como teste a ciclofaixa tem que ser existente, ter o tamanho adequado, funcionar como uma permanente funcionaria e ficar pelo menos 1 semana (o ideal seria mais) em cada ponto da via. E sabemos que em nenhum momento se cogita que uma ciclovia fique em cima da calçada, principalmente onde esta é praticamente inexistente.
Contudo, desde o primeiro dia de implantação, que foi até muito bem recebido por novos ciclistas e até pelos mais experientes, começaram os erros.
  • Ao longo do dia a ciclofaixa ia se estreitando até o ponto de mal haver espaço para um único ciclista;
  • A curva da Rua Dr. Celestino com Av. Marquês do Paraná foi negligenciada, apesar dos avisos;
  • O mesmo ocorrendo com a Rua São João esquina com a mesma Av. Marquês de Paraná;
  • Total ausência de orientação para ciclistas, motoristas e pedestres;
  • Total ausência de fiscalização (muito importante neste período)
Para a surpresa de todos, na última segunda-feira, dia 21/09, a ciclofaixa no período da tarde foi colocada da mesma forma que é posta pela manhã, com algumas pioras:
  • Ciclofaixa mais estreita e impossível de passarem duas bicicletas;
  • E por ser noite, um perigo muito maior na esquina da Rua Dr. Celestino com Av. Marquês do Paraná, para o ciclista que segue em direção ao Centro;


Compartilhando calçada inexistente


Mas o problema não acabou. No dia 23, terça-feira, a NitTrans teve a brilhante ideia de colocar a "ciclofaixa" sobre uma calçada que não consegue atender nem a demanda de pedestres, quanto mais um fluxo enorme de ciclistas junto aos pedestres.

E a história só piorou, a NitTrans acabou com a ciclofaixa, inclusive, no período do dia!

E os ciclistas simplesmente começaram a optar em usar a via, pois era claro que o risco para os pedestres era grande, já que a calçada é irregular, estreita, e o movimento de ciclistas é grande.

Com isto veio o desabafo da ciclista Lanna Lucchetti no facebook:

"POR QUE NÃO ESTOU USANDO A CICLOFAIXA TEMPORÁRIA?

Sei que serei mais uma batendo nessa tecla, mas não consigo conter minha indignação. Há algumas semanas atrás tinha uma ciclofaixa temporária linda, nos bordos da pista e contrafluxo, que estava servindo para conscientizar os carros além de incentivar os novos ciclistas. E eis que NO MEIO DA SEMANA DA MOBILIDADE (que ironia), colocam a ciclofaixa na calçada!
E não é qualquer calçada: é um trecho super crítico, com trânsito intenso do lado, pouco espaço para as pessoas andarem (quem passa ali sabe que 3 pessoas não andam lado a lado num trecho dessa calçada), cheia de degraus e buracos.
E passando ali com uma amiga que quis passar na ciclofaixa e não aguentando corroborar com o espaço sendo roubado dos pedestres e jogando a bike na via, ainda tomei carteirada de um agente de trânsito que fez questão de dizer que era engenheiro e CORONEL. Como se isso significasse alguma coisa pra mim, mas tudo bem.
Sério, Nittrans, Niterói de Bicicleta, Seconser, alguém. POR FAVOR APENAS TIREM essa ciclofaixa da calçada, parem de prejudicar os pedestres e coloque-a de volta no trânsito." 

E pela manhã também
Então, sabemos que quem determina e tem a palavra final sobre como os cones são colocados é a NitTrans, então entendemos que o Niterói de Bicicleta não tem qualquer gerência sobre a implantação das mesmas, e que aliás, nunca teve sobre nenhuma ciclovia ou ciclofaixa da cidade.

Aliás, o Niterói de Bicicleta foi tão surpreendido quanto os ciclistas.

A preocupação da NitTrans é com o trânsito, ok, nenhum problema quanto a isso. Ela quer fazer carros andarem, ok, mais uma vez, nenhum problema quanto a isto também. Mas todos que se interessam pela mobilidade urbana, e não precisa ser nenhum especialista no assunto, sabem que simplesmente não existe mais espaço para tanto carro!

Qual é a solução? A solução é incentivar e criar condições para que os coletivos e os transportes ativos, onde se destaca a bicicleta, ganhem espaço e com isto diminuindo a necessidade do uso dos carros e consequentemente melhorando o trânsito para aqueles que realmente precisam usar estes. Todos ganham.

Na primeira semana, enquanto existia uma ciclofaixa (com todos os problemas) o Mobilidade Niterói conversou com pelo menos 3 ciclistas que estavam usando a bicicleta pela primeira vez para ir ao trabalho, justamente por causa da ciclofaixa. Ou seja, mais ciclistas, mais pessoas usando transporte público, menos carros, melhor é a fluidez do trânsito.

Agora, se a NitTrans, implanta uma ciclofaixa que não trás a mínima segurança (mesmo que no sentido de orientação) acaba simplesmente por desestimular o uso da bicicleta. O que fazer depois para melhorar a "fluidez do trânsito"?, alargar todas as vias da cidade, derrubando prédios, diminuindo calçadas, invadindo parques?

O Mobilidade Niterói esteve fazendo o acompanhamento do trânsito pelo site Waze através do Live Maps.

Live Map Waze
O que é o Waze? Waze é um dos maiores aplicativos de trânsito e navegação do mundo baseado em uma comunidade. Os motoristas compartilham informações de trânsito das vias em tempo real!

Cidades como San Jose, Jacarta, Boston, Tel Aviv, Barcelona, Los Angeles e Nova York; e os estados de Utah e Flórida já usam este aplicativo para acompanhar o trânsito. Da mesma forma, empresas como a Rede Globo, Sulamérica Trânsito e Rádio Estadão e os sites da Folha de S. Paulo e Diário do Nordeste também trabalham com a ferramenta.

Portanto, tem sido uma  ferramenta confiável para análise sobre o trânsito.

O Mobilidade Niterói acompanhou o trânsito no período da tarde e no sentido Zona Sul - Zona Norte e o ponto escolhido para inicio deste acompanhamento foi a esquina da Av. Pres. Roosevelt esquina com Av. Quintino Bocaiuva, em São Francisco, até a entrada da Rua São Lourenço.

E o que constatamos foi que, a diferença entre a ciclofaixa no canteiro central e a ciclofaixa (quando existente) do lado do Hortifruiti foi de 2,65 minutos, porém lembramos que no primeiro dia de medição do trânsito houveram ocorrências que nada tinham haver com a ciclofaixa e prejudicaram a medição.

Comparação de tempo
Contudo, se desconsiderarmos o tempo registrado na terça, 01 de Setembro, quando ocorreu o imponderável, e trocarmos pelo segundo maior tempo médio registrado de 12,71 minutos, teremos uma diferença de tempos médios das  duas semanas de apenas 1,40 minutos.

Convenhamos que 1,40 minutos não justifica nenhum tipo de mudança, principalmente em um período de adaptação, além do que, com uma ciclovia e/ou ciclofaixa segura a tendência é que mais pessoas passem a usar as bicicletas e deixar seus carros em casa e com isso o "trânsito ganhe fluidez".

Mais uma vez, é teste? Então que se teste todas as possibilidades e não que se esconda uma "ciclofaixa" onde uma ciclovia nunca irá passar!

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Pouco antes de completarmos esta matéria tivemos notícia que hoje, 25 de Setembro de 2015, uma criança foi atropelada por um ciclista na calçada onde foi colocada a ciclofaixa, nada de mais grave ocorreu.











terça-feira, 22 de setembro de 2015

Parceria nacional pela Mobilidade por Bicicletas - Resultado Preliminar

Por Sérgio Franco



Saiu o resultado parcial da Parceria Nacional Pela Mobilidade Por Bicicletas, a pesquisa que tem como objetivo descobrir quem são os ciclistas brasileiros, e o Mobilidade Niterói estava na parceria composta de 12 organizações. Mas o mais importante, Niterói foi a única não capital convidada a participar da pesquisa.

Todas as cidades seguiram uma mesma metodologia e cada uma teve um número determinado de entrevistas que deveriam ser realizados levando-se em consideração o tamanho da população.

As demais cidades participantes, todas capitais, foram:
  • São Paulo
  • Rio de Janeiro
  • Porto Alegre
  • Belo Horizonte
  • Brasilia
  • Recife
  • Salvador 
  • Aracaju
A maioria dos ciclistas brasileiros entrevistados tem entre 35-44 anos, concluiu o ensino médio, recebe até 2 salários mínimos, pedala até 30 minutos no seu deslocamento principal, não se envolveu em incidentes de trânsito recentemente e, principalmente, gosta de pedalar. A  bicicleta é o principal meio de deslocamento das pessoas ouvidas que pedalam no mínimo 5 dias por semana de porta a porta, sem integrar com qualquer outro meio de transporte.

Em Niterói alguns dados já se destacam, como a quantidade de dias que o ciclista usa a bicicleta como meio de transporte, 71,3% mais de 5 vezes por semana!

Mais de 71,3% usa a bicicleta mais de 5 vezes por semana
    
Resultado Nacional 

Outro dado que se destacou é a intermodalidade, ou seja, o uso de mais de um modal de transporte. Em Niterói 47,1% dos usuários da bicicleta utilizam mais de um meio de transporte em seus trajetos diários. O que não é uma grande surpresa. 


Encontramos nas diversas regiões da cidade conexões como, bicicleta e ônibus, bicicleta e barcas (ou catamarã), e encontramos inclusive um fato curioso de uma pessoa que usa o carro, o catamarã e a bicicleta, provando mais uma vez que basta dar condições que as pessoas adotam a bicicleta.

47,1% de Intermodalidade
      
Resultado Nacional

37,9% dos ciclistas possuem nível superior ou são pós graduados e 62,9% dos entrevistados tinham entre 25 e 44 anos.

Idade
                 
Resultado Nacional

64,4% dos entrevistados levam em média entre 10 e 30 minutos no trajeto que fazem de bicicleta, quando em nível nacional a média entre 10 e 30 para 56,2% dos entrevistados.

Entre os ciclistas que foram entrevistados em Niterói, somente 14,9%, sofreu algum tipo de acidente de trânsito, mas não foi analisado a gravidade nem o tipo de acidente, índice inferior a média nacional.

Estes são apenas dados preliminares e ainda serão analisados com maior profundidade o que gerará um relatório Nacional.

Mas como vimos, Niterói se destaca, por tudo que o Mobilidade Niterói já falou sobre a cidade, ideal para se usar a bicicleta, com curtas distâncias e sem grandes subidas à serem vencidas.

Temos sempre que lembrar que quanto mais pessoas usarem bicicletas, menos carros estarão nas ruas, e o trânsito ficará melhor para aqueles que infelizmente terão que usar seus automóveis.



 






       

sábado, 19 de setembro de 2015

9ª Contagem de Ciclos - Ciclovia Amaral Peixoto - Novo Recorde!

Por Sérgio Franco

113,5 Ciclos/Hora

Para aqueles que estão nas ruas, não é surpresa nenhuma, para aqueles que não observam o que acontece ao seu redor, talvez seja, o fato é que batemos mais um novo recorde de fluxo de ciclos!

Relatório Aqui.

Foram 113,5 ciclos por hora no ponto de observação escolhido pelo Mobilidade Niterói para fazer o acompanhamento ao longo do ano da adesão aos modos ativos de transporte (bicicletas, skates, patins, etc.), sendo a bicicleta a estrela principal.

78,74% de Aumento desde Janeiro

Talvez a implantação da ciclofaixa tenha sido determinante, talvez não, o fato é que este recorde foi atingindo na segunda semana após a implantação da mesma, que apesar dos problemas que o Mobilidade Niterói constatou (AQUI) é uma segurança a mais.

A utilização da ciclofaixa também teve aumentos, tanto na ligação Zona Sul - Centro, quanto na ligação Zona Norte - Centro.

Ligação Zona Sul - Centro

Ligação Zona Norte - Centro


Outra curiosidade é que pelo menos 2 pessoas com quem conversamos estavam usando a bicicleta pela primeira vez!

Claro que alguns dos velhos problemas foram novamente observados como o número de pedestres caminhando pela ciclovia.

Pedestres caminhando na ciclovia

As meninas ainda estão fazendo bonito, elas estão tendo em média 13% da participação no uso das bicicletas como meio de transporte. 

Com a segurança da ciclofaixa temporária e a permanência desta se tornando algo definitivo e estruturado a tendência é que aumente não só o fluxo de ciclos mas também a maior participação das mulheres.

Tendência é aumentar
Quanto melhor for a estrutura, maior é o número de ciclistas, quanto maior for o número de ciclistas maior será a cobrança por melhores estruturas, mais o poder público se verá na obrigação de atender a população.

Portanto, vamos repetir, sim, as a ciclofaixa é precária e passará por nova alteração nesta segunda, 21 de Setembro de 2015, conforme anunciado no post da Ascom NitTrans no Facebook. Mas mesmo que ela esteja pior com a nova configuração, vamos usar, vamos mostrar que tem demanda, vamos mostrar que esta crescendo o número de usuários da bicicleta, e sim, vamos cobrar por estruturas melhores.

Afinal, a ideia é essa:



quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Vídeo - Do Fonseca ao Centro!

Por Sérgio Franco





Anderson Ramos é morador do Fonseca, tem 44 anos, é analista de sistemas (especialista RFID) e fez um vídeo mostrando o trajeto que faz para chegar até a estação das barcas.

O vídeo esta em time lapse e foi reduzido para 3:44 minutos, mesmo assim é fácil ver as dificuldades encontradas pelo Anderson, as mesmas que afastam muitas pessoas de optar pela bicicleta como meio de transporte.


As dificuldade não são poucas. 

Calçada




A escolha já começa na Alameda São Boa Ventura, onde a via é de trânsito intenso pois faz ligação para outras regiões como Pendotiba, Maria Paulo, São Gonçalo, Alcântara e Itaboraí.

A Velocidade da via é de 60 km/h.

O perigo é real e tem que se escolher entre a calçada e a via



Via




Quando o ciclista escolhe a via esta sujeito ao desrespeito e/ou desconhecimento dos motoristas que passam em velocidade alta e muito próximos, e mesmo quando respeitam os 60 km/h, esta já é considerada alta para se passar tão perto de uma bicicleta. 


O ciclista que opta pela via corre um perigo real de sofrer um acidente grave.


Carros





Na Rua São Lourenço a ciclofaixa, as vezes quase inexistente, é praticamente ignorada pelos motoristas.

Esta é uma via de ligação com a Zona Norte e a falta de infra estrutura é um desestímulo ao uso da bicicleta.

E a inexistência de calçadas em vários pontos obrigam aos pedestres a caminharem na "ciclofaixa".



Sem opção

Quando começou a usar a bicicleta como meio de transporte?
2001

Por que tomou esta decisão?
Exercitar-me mais e diminuir o tempo gasto no trajeto casa ao trabalho;

No seu percurso diário, quais os principais problemas que você tem?
Disputa de espaço com veículos maiores e decorrente insegurança;

Mesmo com os problemas, por que continua usando a bicicleta?
Prática de atividade física e tempo menor gasto na maior parte dos trajetos que preciso fazer rotineiramente;

Qual a distância do seu percurso e quanto tempo leva, até as barcas?  E até o seu trabalho?
5 km e 22 minutos até as barcas; 1km da Praça XV até o trabalho;

O que você acredita que deveria ser feito para melhorar o seu trajeto?
Mais ciclovias e sinalização. Campanhas educativas frequentes para conscientizar o motorista que ciclistas existem e a bicicleta deve ser levada em consideração. Campanhas para conscientizar novos ciclistas sobre o uso mais adequado da bicicleta e seu comportamento nas barcas;

Conhece pessoas que gostariam de usar a bicicleta como meio de locomoção mas que não usam por medo?
sim, conheço várias pessoas que não usam por medo. Quando tomam conhecimento que pedalo na Alameda São Boaventura chamam-me de louco e suicida;

O que você fala para elas?
Que embora os riscos existam nós devemos continuar a pressionar o poder público por melhores soluções e alternativas para a mobilidade urbana. Que também tenho medo, que ando devagar, que na Alameda sou ciclista de calçada. Mas eu prefiro continuar a usar a Bicicleta do que usar o ônibus. Inclusivo quando não tinha a Bicicleta a disposição eu fazia caminhadas para chegar ao trabalho;

Neste tempo, já teve algum incidente no trânsito com a bicicleta?
Em 2009 um veículo cruzando a São Lourenço colidiu com a roda dianteira da minha bicicleta. Como eu ando devagar e tenho a altura do banco regulada para poder ficar em pé com os pés no chão. Eu apenas firmei no chão e deixei a bicicleta ir e o veículo colidiu apenas com a bicicleta e eu fiquei observando a 2 metros do ocorrido. Foi um susto e só, a motorista pediu desculpas pelo avanço e pagou o reparo;

Na sua opinião, para a cidade como um todo, o que deveria ser feito para atrair mais pessoas para usar a bicicleta como meio de transporte?

As pessoas precisam sentir confiança de que não serão assassinadas no trânsito para usar a bicicleta. Por isso as ciclovias devem vir antes dos ciclistas, por isso as políticas públicas de mobilidade urbana devem incentivar e prever o uso do bicicleta.

Encontramos até um poste no meio do caminho, da rua, da via, da ciclofaixa...

Um poste no meio do caminho
Se a Prefeitura de Niterói realmente quer incentivar o uso da bicicleta e com isso diminuir o número de carros e melhorar a fluides do trânsito para aqueles que realmente tem que usar este meio de transporte, tem que começar a fazer intervenções urgentes na Zona Norte e na sua ligação com o Centro e Zona Sul.

Hoje já a Zona Norte já tem 15% de participação no uso da bicicleta, mas poderia ser muito mais.

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sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Ciclofaixa Temporária - Ainda sem padrão.

Por Sérgio Franco


Sem Padrão
Ontem, 10 de Setembro, o Mobilidade Niterói resolveu dar uma volta na ciclofaixa temporária da Av. Marquês de Paraná, no período da tarde.

No geral, se formos pensar em tamanho da faixa, esta estava muito bem feita, uma verdadeira ciclofaixa, que excetuando ser segregada por cones, seria melhor do que a ciclovia da Av. Roberto Silveira.


Tamanho Seguro

Mas infelizmente, este tamanho de ciclofaixa, que cria segurança para o ciclista e tem o potencial de incentivar que novas pessoas adotem a bicicleta como meio de transporte em uma cidade que tem esta vocação, não vem sendo aplicado em todas as ocasiões e trechos.

Problema Recorrente
Foto: Vinícius Ribeiro

Esta foto é de hoje pela manhã e este trecho da ciclofaixa temporária já foi mencionado antes.

O tamanho inadequado da faixa, que impede a passagem de mais de um ciclista ao mesmo tempo é um perigo real, pois um dos ciclistas é obrigado a ir para a faixa de rolamento em uma via de grande movimento, inclusive de ônibus.

Já alertamos para o perigo nas matérias dos dias 10 de Setembro (Ciclofaixa e NitTrans), na matéria do dia 08 de Setembro (Ciclofaixa na Marquês de Paraná, saiu o relatório!).

Inclusive no relatório é demonstrado o fluxo intenso nos dois sentidos, seja em direção ao Centro (64% do fluxo), seja em direção à Zona Sul (36% do fluxo). 

A curva, na esquina com a Rua Dr. Celestino, é também um trecho de grande preocupação como já mencionamos nas publicações acima, em relatório e registrada inclusive em vídeo na página do Mobilidade Niterói no Facebook (facebook/mobilidadeniteroi).


Faixa Estreita

O mesmo problema foi encontrado ontem no trecho que liga a ciclofaixa temporária à ciclovia da Av. Roberto Silveira.

Na parte da manhã, o problema foi maior, devido ao maior estreitamento e o fluxo estar justamente no sentido Zona Sul - Centro.





Na parte da manhã ainda existe um agravante, é o horário justamente em que os pais levam seus filhos para as creches, escolas , colégios, o que torna a segurança dos pequenos precária. Se a ideia é incentivar o uso da bicicleta como meio de transporte em nossa cidade, estes problemas tem que serem resolvidos o quanto antes.

Pais e filhos

Como já mencionamos no relatório (Aqui), o tamanho recomendado para as ciclofaixas bidirecionais é de 2,50 metros, segundo o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, contudo, por ser uma ciclofaixa temporária, entendemos que ela pode ter 2,20 metros e seguir o padrão da ciclovia da Av. Roberto Silveira, mas pelo que podemos ver, nenhum padrão é seguido e trechos muito estreitos são implementados pondo em risco os usuários.


Outro problema constatado foi a falta de sinalização ou quando existente é genérica (já mencionado), não informando adequadamente o ciclista da existência da ciclofaixa.

Abordamos 4 ciclistas que estavam fora da ciclofaixa e todos eles desconheciam a existência da mesma e não entendiam o porque dos cones.



Aqui é uma ciclofaixa


Uma solução temporária e útil para informar ciclistas e motoristas da finalidade dos cones seria a colocação de pequenas placas espaçadas por distâncias regulares ao longo da ciclofaixa temporária. 

Mesmo motoristas não entendiam o que eram aqueles cones.





Perigo na saída da São Lourenço

A Rua São Lourenço merece atenção. Já  alertamos para o problema na (A ciclofaixa para a Zona Norte!).

A Rua São Lourenço tem sua estrutura cicloviária quase inexistente (pelos diversos problemas), mas a ligação dela com a Ciclofaixa é perigosa devido a curva quando se chega a Av. Marquês de Paraná. Carros invadem a ciclofaixa em velocidade elevada e sem a visibilidade dos ciclistas e nem estes tem a visão adequada dos veículos que seguem para a Rua São Lourenço.

A boa notícia é que, enquanto estávamos monitorando o funcionamento da ciclofaixa, alguns motoristas acenaram com positivo para a mesma e a grande maioria não reclamava. Fato que foi confirmado por alguns operadores da NitTrans.

Só alertamos aos ciclistas para que respeitem os pedestres. Ontem flagramos ciclistas avançando em cima destes e ainda discutindo, mesmo quando o sinal era pra que os pedestres atravessassem e isto ocorrendo na faixa.


7 ciclistas na foto + 3 não aparecem = 10 ciclistas no mesmo instante.

Estamos testando uma nova ferramente para identificar os problemas e mapeá-los. 
Acesse: Mobilidade Niterói Sports Tracker