segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Desrespeito ao CICLISTA faz surgir cicloativistas

Neste domingo, 30, foi publicada no jornal  O Globo Niterói matéria sobre a inauguração da ciclovia da Av Roberto Silveira.

Conforme artigo publicado anteriormente, durante a concentração da pedalada de inauguração representantes do Mobilidade Niterói, Pedal Sonoro, Bicicletada / Massa Crítica Niterói, Pedalentos e Bike Anjo entregaram ao prefeito o abaixo assinado pedindo um bicicletário público, seguro e gratuito na Praça Araribóia.

Reprodução da matéria no jornal O Globo Niterói de 30 de novembro de 2014 por LEONARDO SODRÉ
"Desrespeito a ciclofaixas faz surgir cicloativistas
A expansão das ciclofaixas pela cidade — dobraram de 15km para 30km nos últimos dois anos e devem chegar a 60km em 2016 — e tragédias como a que vitimou um ciclista há dez dias no Barreto fizeram surgir um novo tipo de adeptos das “magrelas”: os cicloativistas. Durante a inauguração da ciclovia da Avenida Roberto Silveira, um grupo entregou ao prefeito Rodrigo Neves um abaixo-assinado. Entre as reivindicações, a principal é que haja um reforço na fiscalização para evitar que motoristas invadam as vias exclusivas. A morte, há pouco mais de uma semana, do PM reformado Luiz Carlos da Conceição, de 56 anos, na esquina das ruas Benjamim Constant e General Castrioto, no Barreto, ligou o alerta para o perigo que os ciclistas enfrentam nas ruas da cidade. Em menos de dois anos, a malha cicloviária em Niterói dobrou de 15 quilômetros, em 2012, para os atuais 30 quilômetros. O crescimento no uso do transporte trouxe a reboque o coro dos usuários por mais espaço e respeito nas vias, levando a prefeitura a tornar o tema “Educação no trânsito” mote principal do programa Niterói de Bicicleta para o ano que vem. Além de estipular a meta ambiciosa de fechar 2016 com 60 quilômetros de faixas exclusivas para as “magrelas”, o município reconhece que há muito a ser feito no quesito segurança.
—Nós ainda temos muito o que fazer. Nem todo mundo é a favor da bicicleta, ainda há uma resistência grande, mas temos que ir conquistando os espaços. Estamos, aos poucos, dando passos emblemáticos, como a ciclovia da Amaral Peixoto, que ninguém acreditava que ia dar certo e deu, e já está consolidada, assim como ficará a da Roberto Silveira — disse o vice -prefeito Axel Grael durante a inauguração da ciclofaixa da avenida da Zona Sul, na semana passada.
A consultora de Recursos Humanos, Ana Luiza Carboni, adotou a bicicleta como veículo de transporte em 2012. De lá para cá, seu engajamento por mais segurança nos trajetos só cresceu. Em maio ela se uniu a outros cicloativistas e criou o grupo Mobilidade Niterói, com o objetivo de estudar e propor soluções de mobilidade urbana para a cidade. Na sua opinião, houve avanços, mas a falta de fiscalização contribui para a insegurança.
— O crescimento das faixas exclusivas realmente ocorreu. Fica mais organizado e muito bonito a rua pintada e sinalizada. Mas não adianta nada se não tem fiscalização. Os motoristas precisam entender que, quando ele passa com o carro na faixa de ciclistas, ele põe em risco a vida de quem está de bicicleta. Isso só é resolvido com mais fiscalização, que faz com que aumente o respeito — sugere.
A prefeitura está decidida a transformar Niterói em uma cidade ciclável. Através do projeto “Niterói que queremos”, lançou a meta de consolidar a malha cicloviária em cem quilômetros até 2020 e chegar a 2033 com 140 quilômetros. Diante desse panorama, os ciclistas estão mobilizados por um crescimento que também traga ganhos em segurança. Na semana passada, durante a inauguração da ciclofaixa da Avenida Roberto Silveira, eles encontraram o prefeito Rodrigo Neves e fizeram uma série de reivindicações. A maioria dos apelos foi por mais fiscalização. O presidente da NitTrans, coronel Paulo Afonso, diz que elas ocorrem e que as reincidências só acontecem porque a penalização é branda.
— A NiTrans tem dois fiscais na ciclofaixa do trajeto da Amaral Peixoto e do Caminho Niemeyer todos os dias. Temos uma equipe de reboque percorrendo terça, quinta e sábado todas as ciclovias para tirar os carros e caminhões estacionados. A questão maior é a educação. A pessoa comete a infração, tem o carro rebocado, paga R$ 200 e depois volta a estacionar na ciclofaixa. Nossa área é Niterói, mas eu acho que uma campanha dessas tem ser executada pelo Detran, pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito) e os órgãos da união — afirma.
PEDIDO DE BICICLETÁRIO MAIOR
No encontro dos cicloativistas com o prefeito, o grupo entregou a ele um abaixo-assinado contendo 3.700 nomes, reivindicando a instalação de um bicicletário público, seguro e gratuito, ao lado da estação das barcas, na Praça Araribóia. De acordo com o movimento, o que existe no local não está mais dando vazão e vive sempre amontoado. O prefeito assinou o recebimento e se comprometeu a trocar o bicicletário por um equipamento maior.
— Estamos fazendo diversas pesquisas para orientar decisões estratégicas que estão sendo tomadas pela prefeitura. A pesquisa com as escolas é a mais recente e ainda está em estudo. Nosso objetivo principal é que a nova geração entenda os benefícios de uma cidade amiga da bicicleta e possa contribuir substancialmente, no curto e médio prazos, para a transformação que buscamos na cidade — defende Argus Caruso, coordenador do programa Niterói de Bicicleta.
30 nov 2014 O Globo Niterói LEONARDO SODRÉ"

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